Abro os olhos. Da mesma forma que começou, não lembro por inteiro quando acabou. Ainda não diferente tudo estava na mais absoluta escuridão. Exceto que da minha cama agora pela primeira vez em mais de trinta anos posso sentir o ar confinado. Consigo tocar esse cheiro que sempre esteve ali mas era insuficiente para eu chegar a sentir. Me recobro, respiro fundo. Agora não consigo mais voltar a perceber, foi rápido, me marcou, felizmente me entreguei por inteiro e ao máximo, entre o mínimo espaço que divide o início do meio. Não sei se novamente quando querer experimentar vou lembrar dele por completo ou apenas terei fragmentos de sua fragrância que foi tão feliz e medonho. Sempre e quando quiser vou lembrar, eu sei. Com o tempo tenho quase certeza que vou distorcer de forma saudável o que vivi, mas sei que nunca mais vai entrar pelo nariz esse cheiro que passou.
Desconheço o autor
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