É imprescindível que não tenha nenhum pedigree.
Preferência para focinhos pretos e pelagem de cor indefinida.
Pode ser magro, que de tanto, tenha o contorno do esqueleto exposto sob a pele.
Que seja capaz de encarar todas as pessoas com aquela inocente confiança de cão abandonado que nunca distingue quem vai lhe dar um osso ou uma porrada e mesmo assim, continua sendo capaz de olhar amorosamente tanto para os que o alimentam quanto para os que o escorraçam.
É preciso não ser muito preocupado com auto-estima. Vira-latas que se prezam costumam não ter nenhuma porque são poços profundos de desinteressado amor.
Há que ter um olhar terno quase suplicante, ser capaz de olhar de soslaio e inclinar a cabeça choramingando toda vez que não entender alguma coisa ou ficar desapontado por um pito que ele nem sabe se mereceu.
Deve ser ruidoso e estridente quando eu estacionar o carro na garagem, em manifestação inconteste de satisfação pela minha chegada e pela minha presença.
Há que saber brincar, esconder chinelos, arrastar tapetes e correr desvairado quando livre na campina ou na praia, por saber-me feliz e redobrar as peraltices, pelo simples fato de notar que eu o observo.
Há que ter senso comunitário e assim, estender a sua lealdade aos demais membros da casa e àqueles que ele sabe que me são caros.
Até hoje eu criei gatos - alguns de raça.
Gatos são altivos, oportunistas, auto-suficientes, apesar de belos e graciosos.
Tentei (em vão) aprender com eles a lição máxima da auto-estima ... gatos são exímios na arte de se vender caro.
Agora eu procuro um vira-latas - talvez nem tenha que procurar - não só como amigo, mas como instrutor.
Quero assumir as virtudes que nele sobejam como a transparência, a ressonância, a espontaneidade e, acima de tudo, a capacidade de amar incondicionalmente, mesmo quando escorraçado.
Preferência para focinhos pretos e pelagem de cor indefinida.
Pode ser magro, que de tanto, tenha o contorno do esqueleto exposto sob a pele.
Que seja capaz de encarar todas as pessoas com aquela inocente confiança de cão abandonado que nunca distingue quem vai lhe dar um osso ou uma porrada e mesmo assim, continua sendo capaz de olhar amorosamente tanto para os que o alimentam quanto para os que o escorraçam.
É preciso não ser muito preocupado com auto-estima. Vira-latas que se prezam costumam não ter nenhuma porque são poços profundos de desinteressado amor.
Há que ter um olhar terno quase suplicante, ser capaz de olhar de soslaio e inclinar a cabeça choramingando toda vez que não entender alguma coisa ou ficar desapontado por um pito que ele nem sabe se mereceu.
Deve ser ruidoso e estridente quando eu estacionar o carro na garagem, em manifestação inconteste de satisfação pela minha chegada e pela minha presença.
Há que saber brincar, esconder chinelos, arrastar tapetes e correr desvairado quando livre na campina ou na praia, por saber-me feliz e redobrar as peraltices, pelo simples fato de notar que eu o observo.
Há que ter senso comunitário e assim, estender a sua lealdade aos demais membros da casa e àqueles que ele sabe que me são caros.
Até hoje eu criei gatos - alguns de raça.
Gatos são altivos, oportunistas, auto-suficientes, apesar de belos e graciosos.
Tentei (em vão) aprender com eles a lição máxima da auto-estima ... gatos são exímios na arte de se vender caro.
Agora eu procuro um vira-latas - talvez nem tenha que procurar - não só como amigo, mas como instrutor.
Quero assumir as virtudes que nele sobejam como a transparência, a ressonância, a espontaneidade e, acima de tudo, a capacidade de amar incondicionalmente, mesmo quando escorraçado.