Precisamos do coletivo e o motorista nos conduz, tendo nas suas mãos as nossas vidas. Mas nem o olhamos.
Na repartição, aguardamos o cafezinho com quase ansiedade, desejando realizar a pausa entre as tarefas e saboreá-lo, com calma. No entanto, nos esquecemos de olhar nos olhos da funcionária que o serve, de a cumprimentar, de perguntar se está bem. Sequer lhe sabemos o nome.
Entramos no elevador, dizemos o andar que desejamos, sem desejar um bom dia ao ascensorista que passa horas, dentro daquela caixa, que sobe e desce sem parar.
Por vezes, perdemos de vista o que é verdadeiramente importante. Esquecemos das pessoas que nos salvam no momento oportuno sem que lhes tenhamos pedido.
Dos que nos suportam, dos que nos oferecem o ombro amigo para chorar. Dos que ouvem as nossas lamúrias e as nossas alegrias.
Deixamos de saudar, de agradecer, de dizer algo amável, de sorrir.
E que dirá dos amigos espirituais? Nosso anjo da guarda que se desvela em cuidados?
Deus, que todos os dias, pinta quadros novos de beleza para nosso deleite? Deus, cujo amor nos sustenta, cuja misericórdia nos alcança?
Lembremos de mostrar gratidão. Um telefone, um sorriso às pessoas. Um cartão. Um email. Um mimo inesperado em invólucro delicado.
Um instante de reflexão. Uma prece. Uma oração de gratidão.
Obrigado, Senhor, por tudo que eu tenho. Por tudo que me dás, pelo pão, pelo ar. Pela paz. Por minha vida. Pela vida dos meus amores. Pelo dia de hoje.
Obrigado, Senhor!
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