Recebemos de bom ou mau grado o que a vida nos impõe e depois nos apegamos a essas coisas, pessoas ou sentimentos como se para existirmos precisássemos deles.
Dizer adeus é como deixar um pedaço de si e se impedir de olhar pra trás.
Sim... confesso que é difícil dizer adeus, aquele sem retorno, às pessoas que amamos e aceitar isso como parte natural da vida.
É amargo aceitar o adeus dos sonhos, dos que começaram e jamais foram terminados.
Mas o que é incompreensível no ser humano é a rejeição do adeus total e definitivo às feridas e mágoas que consomem nossas entranhas.
É a dificuldade em livrar-se do passado, das manchas da alma, do que nos impede de ter uma vida normal e possivelmente feliz.
Há pessoas que guardam tudo e saem carregando nos ombros o que recolheram da vida. Isso faz com que caminhem com passos mais lentos, faz com que nunca cheguem a um lugar definido.
Para alcançarmos libertação e cura deveríamos possuir a arte de saber deixar definitivamente para trás o que nos impede de avançar.
Quem cultiva a dor, colhe a dor; quem cultiva ódio, colhe ódio; quem cultiva ressentimentos, colhe ressentimentos.
Se nosso coração é um jardim, devemos saber o que estamos plantando nele e o que estamos arrancando. Se com lágrimas regamos o mal que nos fizeram, com lágrimas colheremos o mal que nos fazemos a nós.
É preciso aprender a dizer adeus a todas as mágoas, custe o que custar, se quisermos alcançar a misericórdia prometida, a graça eterna... se quisermos ser, nem que seja um pouquinho, parecidos com Jesus.
Letícia Thompson